sábado, 23 de abril de 2011

"O patamar de cima"

Domingo de Páscoa.
Renascimento, renovação.

Jornais, internet, rádio. Todos falam sobre isso.
Fiquei pensando numa maneira de expressar esse sentimento sem pieguice, sem parecer hipócrita.
Lembrei então de uma música do Stevie Wonder, que fez mais sucesso com o Red Hot Chilli Peppers: Higher Ground.

Sim! A música é gospel! Foi gravada também lindamente pelos Blind Boys of Alabama. Mas como tenho o pé mais no punk que no soul, seguem a letra e o link para o vídeo da versão dos Chilli Peppers.
"Girando a camisa, pessoal!"...rs

Que o sacrifício do filho dEle não tenha sido em vão, pelo menos não para você.
E quanto a mim,
Gonna keep on trying till I reach the higher ground!
Desejo o mesmo a vocês.




Boa Páscoa a todos!

Link para o vídeo: [http://youtu.be/686A5yPMWrs]

terça-feira, 19 de abril de 2011

Tive um final de semana quase perfeito!

Bem, vamos do princípio. Me deu "a louca" na sexta-feira: arrumei uma mochila, peguei meu filhote na escola, e juntos fomos para o Rio.
Ah, família é tudo de bom mesmo, né? Principalmente quando a gente quer - E precisa! Muito! - de colo.

Não deu para fazer tudo o que eu gostaria. Faltou visitar amigos queridíssimos, ver parentes, ir à praia... Mas fiz coisas bem legais!


  • Fui ao encontro de colegas de escola (da época que eu tinha 15 anos...rs);

  • Trabalhei a quatro mãos com minha irmã;

  • Compras! Porque ninguém - nem eu, acreditem - é de ferro;

  • Curti meus pais (isso inclui os atritos básicos também...rs);

  • Comi chocolate com minha prima;

  • Passeei no shopping, fui ao restaurante;

  • E fechei o domingo com cinema: "Sexo sem compromisso", com Natalie Portman e Ashton Kutcher.
Quanto ao filme: comédia romântica com final previsível, mas com roteiro super original!
Você sabe o que vai acontecer, claro, mas não imagina como.
Gargalhadas soltas na platéia, as pessoas saindo da sessão com sorriso no rosto... Show!
O único "inconveniente" é a música da Leona Lewis - Bleeding Love - que gruda na cabeça. Porém, diversão garantida!

Para quem quiser saber mais antes de assistir:
http://www.adorocinema.com/filmes/sexo-sem-compromisso/

sábado, 9 de abril de 2011

E o Rio de Janeiro...

Minha cidade essa semana viveu um dos piores episódios de sua história... Famílias, amigos, cidadãos chocados pela frieza de alguém sem amor. O Rio de Janeiro é abençoado por Deus. Mas se até no Éden sentiram inveja dEle, imagine num lugar onde o povo acorda cedo para trabalhar, enfrenta trânsito, ônibus cheio... Se chove alaga tudo... Sim, minha cidade tem muitos problemas. Alguns talvez nunca tenham solução. Mas tem uma coisa que aprendi a valorizar ainda mais depois de ficar longe dela: a solidariedade do povo. O carioca sorri. Não aquele sorriso amarelo, desbotado. O carioca te dá "Bom dia" desejando que você realmente tenha uma jornada alegre. O carioca se diverte, mesmo que tenha que trabalhar até altas horas, enquanto o resto do país acha que ele está na praia. Mas o mais importante de tudo: o carioca, este povo formado pelos nascidos ali e pelos que adotaram o Rio como "sua" cidade, se compadece. E age. E sofre junto. E tenta junto. E acredita junto! Por isso, mesmo com tantas mazelas, o Rio de Janeiro continua lindo! Estamos de luto. Mas seguimos sonhando. Sempre. Juntos, mesmo que distantes.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Para quem gosta de Clarice Lispector

Por não estarem distraídos

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Para quem quiser ler mais textos de Clarice Lispector: http://claricelispector.blogspot.com/