domingo, 30 de novembro de 2014

Benditas reticências

Perversas. Intrigantes. Nostálgicas. Românticas.
Benditas reticências...
Nos fazem sofrer sempre que utilizadas: sempre deixam a... dúvida!

Incrível como elas se transportam para o dia-a-dia. Como se infiltram nas situações mais corriqueiras.
- "Ela estava vindo e então..."
Então o quê? O que aconteceu com ela?
Escorregou? Caiu? Encontrou alguém no caminho? Desistiu de ir?

Gosto de elaborar o pensamento com pontos, vírgulas.
Mas as benditas se insinuam sempre...
E potencializam as interrogações, quando quero exclamações!

Que o tempo passe e as leve embora.
Para longe, para onde não haja hesitação.
E que só restem...
certezas.

domingo, 23 de novembro de 2014

Mais

Bípedes, racionais e sentimentais.
Curiosos, ansiosos e sociáveis.
O ser humano, além de tudo que é, é ainda mais.
Tem necessidade de sentir-se mais. Fazer mais.

E realmente é!
Quando faz pelo seu próximo.
Quando não pensa somente em si mesmo.
Não apenas no final do ano... Se bem que já é um começo!

Então, que tiremos o foco do smartphone, desviemos os olhos das redes sociais e percebamos o que podemos fazer para tornar o dia de alguém mais leve.
Que seja por um momento, por uma fração de alegria, não importa!
Melhor ainda: importa sim...
Sempre importa!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

De colibris

Ser amigo é ser colibri, não condor. 
Ser porta-voz de mágoas não é papel de um amigo.
Fonte: bodyart.batanga
Amigo é para proteger e acalentar.
Falar as verdades na hora certa e dar colo nas horas mais incertas.

Quando um é ferido, os outros se doem.
Querem que o sofrimento acabe, não se estenda...

Mas se perdurar, saiba que estarei aqui.
Assim como sei que outros, os verdadeiros, também estarão.
Porque amigos só querem o bem.

Se for preciso, tapamos o sol com a peneira, sim,
cantamos a música do Dumbo,
ou dançamos Locomia, só para alegrar.
Ou mandar a tristeza embora.

sábado, 8 de novembro de 2014

Pronta para a festa

Fiz as unhas, as sobrancelhas, as pernas...
O cabelo, a maquiagem, pus a roupa.
"A" roupa. A que cai com uma luva.
E então olhei no espelho...

Vesti o melhor sorriso.
Ergui a cabeça, sacudi os grilos e eles até que fizeram uma pausa e silenciaram.
A imagem era condizente com a expectativa: arrumada, bem-humorada, "pra cima"!
Mais uma mirada, viro para checar a lateral.
Encaro o espelho novamente.
E então eles me fitam...

Sim... Estes que não me deixam mentir, que não me permitem dissimular...
Esses dois faróis que me denunciam, me delatam...
De mão beijada, de bandeja,
Ou qualquer outra expressão idiomática que se queira utilizar para definir "dar bandeira".

A roupa disfarça, a maquiagem tapeia, o sorriso confunde.
Mas os olhos entregam.

domingo, 2 de novembro de 2014

Na conta certa

Dias loucos...
Gente que não compreende, ou não quer se entender?
Que não descobre, ou decide não achar?
Que quer o "mais", mas se contenta com o "médio".
Fonte: Figura, Weheartit.com.
Citação de "As Vantagens de Ser Invisível",
de Stephen Chbosky.
Ou não quer nada, mas finge almejar.
Dias loucos...

Gente que passa, que fica, não importa, pouco se importa...
Que tem pressa, mas prefere postergar.
Tem fome, mas faz voto de jejuar.
Decide, mas não sai do lugar.
Que encontra, mas prefere perder.
Dias de quê?

E quem paga? Eu? Você?
Pagamos todos, cada um a seu modo.
Uns com alegria, ou com euforia, fantasia...
Uns com a ilusão, outros com a reclusão.
No final, aceitamos a conta do que decidimos.
Cada um o seu quinhão.